Unexpected Thoughts!

Praxe na Universidade de Évora

>> sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Parece que é tradição na Universidade de Évora os veteranos mandarem os caloiros rastejar em esterco.

Foram feitas queixas por parte de caloiros e funcionários da Universidade. Na sequência destas queixas o reitor da respectiva Universidade instaurou um inquérito aos autores desta praxe e posteriormente emitiu um despacho em que proibia qualquer acto relacionado com a praxe.

Logo de seguida, vem-me esta mente brilhante que é o Presidente da Associação de Estudantes da Universidade de Évora, António Gaudino, mandar para a imprensa, umas pérolas que são uma maravilha:

“Hábito antigo e que nunca suscitou qualquer queixa por parte dos caloiros, bem pelo contrário”. Muito pelo contrário, diz ele. Para ter vindo com este comentário, suponho que depois até lhe foram agradecer e dizer que foi o ponto alto da vida deles. É isso, senhor presidente?

Quanto ao facto do reitor ter proibido acções relacionadas com a praxe, ele riposta:

“Sabemos disso mas vamos continuar a fazê-las, nem que seja fora do recinto da Universidade. Esta é uma manifestação cultural que deve ser respeitada. Admito que há abusos casuais mas esse não têm lugar no nosso conceito de praxe, sou contra os excessos, e uma praxe bem feita, respeita as pessoas, integra, é esse o objectivo”. Não é excesso? Uma praxe bem feita? Respeita as pessoas? Integra? Onde? No seio familiar da vida animal?

António Gaudino não deixa também de referir que “nem é esta” uma das tradições académicas relacionada com as praxes de que mais gosta. Não é senhor presidente? Porquê? Não vejo razão para tal, a sério que não...


E remata:

“Pessoalmente não a considero mais correcta, mas todos os estudantes daquele curso gostam de passar pelo esterco e alguns até no segundo ano pedem para passar por aquilo outra vez! Nunca houveram queixas e já é uma tradição”. Acredito, sim senhor! Eu estou até a imaginar uma dessas conversas: “senhor presidente, senhor presidente!!! Eu este ano que voltar a atira-me na merda e rebolar, e sujar-me, e, essencialmente, integrar-me que um ano não deu para nada. Voltar a ter olhares de gozo, as pessoas a rir, a afastarem-se, aquele cheirinho tão bom que durante um ano inteiro não pude voltar a ter e me fez tanta falta. Eu quero!!! Posso? Posso, senhor presidente?” ou então a versão mais macho: “Foda-se oh António, eu adorei aquela merda (no sentido literal da palavra) do ano passado. Posso voltar a repetir este ano, pá?”

O senhor é daqueles “estudantes” que está a criar raízes nas instalações dessa Universidade, não é… senhor presidente?

Haja paciência!!!

12 bitaites:

Anónimo 24 de outubro de 2008 às 22:44  

Imbelicidade...
Não posso deixar de chamar estupido a quem escreveu este post.
É lamentável que falem sem conhecimento de causa.

Foi Bom 24 de outubro de 2008 às 23:40  

Sei que existem varias ordens espalhadas do reitor da UE a proibir o abuso nas praxes. E acho muito bem, concordo com tudo o que escreveste no post a 200%. O/A Sr(a) anonimo la atras (palpita-me que e' sra anonima) podia aqui deixar expresso o tal conhecimento de causa que fez questao de referir. E' sempre bom "ouvir" as duas partes.

Ana. 25 de outubro de 2008 às 03:27  

Sou, claramente, anti-praxe!

Não concordo nada que seja um ritual de inserção... muito pelo contrário, parece.me mais um ritual de humilhação!

Mulheka 25 de outubro de 2008 às 22:27  

Anónimo - Tão tipico que enjoa. Quando não há argumentos, parte-se para o insulto. Smart move!!!
Mas diga lá, já que está tão dentro do assunto, o que não sabemos nós? Estamos curiosissimos por saber. Ilumine-nos!

Foi Bom - Ora nem mais!

Ana. - Há praxes e praxes. Esta é, sem dúvida, um abuso e uma humilhação. O conceito de respeito deste dito senhor está um pouco distorcido!

afectado 26 de outubro de 2008 às 13:46  

Costumo passar por aqui mais calado mas hoje vou deixar o meu bitaite..

Eu pessoalmente não desgostei da minha praxe, e não foi muito meiga. Mas sem dúvida que há abusos, e se uns até os aguentam, outros não. O problema é que na praxe nem todas as pessoas que estão a praxar têm sensibilidade para saber quando devem parar.

No meu 3º ano fiz parte da comissão de praxe do meu curso e a minha preocupação, mais do que praxar, foi verificar sempre que não havia abusos! Não por parte da comissão, porque essa felizmente juntou pessoas normais. O problema muitas vezes são aqueles dinossauros que vêm praxar.

Na minha opinião, a praxe caminha a passos largos para o fim. E tendo em conta alguns abusos que ocorrem, ainda bem! Muitos usam o argumento que não se deve tomar o todo pela parte. Mas neste caso a parte é muito grande...

Enquanto isso não acontece, deviam-se inverter algumas regras. Hoje em dia tem mais poder quem mais burro é. Aqueles dinossauros que já fazem parte da mobilia é que mandam. Pois bem, para mim quem chumbasse deixava de ter qualquer tipo de acesso à praxe. E as pessoas que praxam tinham que estar todas inscritas num registo qualquer... quem não estivesse, não praxava. Isto porque pelo menos na minha universidade só a comissão de praxe do curso está devidamente identificada, e se um palhaço qualquer fizer merda e ninguém indicar quem foi, a comissão é que é encostada à parede. Isto acabaria com aquelas aves raras que ninguém os vê durante um ano inteiro, a não ser na praxe...

Ups, testamento... mais vale passar por cá caladinho :)

Mulheka 27 de outubro de 2008 às 20:10  

Afectado - Concordo plenamente com o teu comentário e sem dúvida que as tuas sugestões deviam ser consideradas. Fazem todo o sentido.
Posto estes factos, acho que deverias comentar mais vezes :)

Anónimo 3 de novembro de 2008 às 11:07  

Mulheka dedica-te à agricultura que é o teu ramo e deixa as novas tecnologias...e a Praxe em paz, porque só é praxado quem quer(e é mesmo QUEM QUER! Não como se fala na comunicação social que obrigamos a fazer de tudo!)
Reparei que ao escreveres o texto tentas ter piada...tentas porque tás muito longe disso, como tás longe de perceber a Praxe Académica...e de perceber que NINGUÉM é obrigado. Mas vá, não és só tu! São mais alguns infelizes da vida que ficam chateados por ver os outros a conviver e com um grande sorriso na cara...e esterco na cabeça! :D
Este foi o meu 3ºano, e o primeiro de Praxe...andei um mês e meio trajado a praxar sempre que podia, tive 5 afilhados(epá fui muito mau pra eles...), fiz parte de uma trupe e falei com os bichos que andaram a rebolar na merda, na altura eles até estavam tavam a ler a noticia do correio da manhã sobre as praxes terem sido probidas cá por causa da praxe na merda, e eles riam-se das coisas que vinham no jornal que era tudo mentira, pois não houve queixas, nenhum aluno sofreu abuso...mas claro houve uma professora e umas funcionárias que proibiram. Pela primeira vez conseguiram. Mas todos os alunos de Engª Zootécnica(agora com nome de CTA), sempre passaram por lá, mesmo os que adam agora a praxar, e é verdade quando se vê pessoal de 2ºano a querer voltar pra lá,por livre vontade! Este ano os de Veterinária fizeram o contrário...os que andavam a praxar é que foram para o esterco. Quando a comunicação social lembrar-se de vir cá e fazer uma reportagem como deve ser, e não passar só o que lhes convém, era de valor! E pessoas como tu, mulheka, deixavam de falar assim. Deixem a praxe com quem quer fazer parte dela, e preocupem-se mais com outras coisas, o país ta em crise e as pessoas passam a vida a engolir novelas pra estarem entretidas...


Sem mais assunto...e sem anonimato,
Nelson Simão, aluno de Engª Informática da Muy Nobre e Ilustre Universidade de Évora.

Anónimo 3 de novembro de 2008 às 11:09  

ups...grande testamento...desculpa...
e voltarei a este blog...já sabendo qual será a típica resposta...ou mesmo nula.

Mulheka 8 de novembro de 2008 às 12:21  

Caro Nélson, porque haveria eu de te deixar sem resposta? Este blog não é a minha vida mas respondo sempre ou quase sempre.

Obrigada pela dica da agricultura. Poderia ser um bom investimento mas não estou para aí virada. De qualquer forma, agradeço-te o conselho.

Tentativa de ter piada? Não, estava mesma a ser irónica. Que falta de perspicácia, meu caro.

E agora, relativamente ao que realmente interessa:
É sempre bom ter a oura versão da história, mesmo que esta seja imparcial...
Não podes afirmar que não houve queixas. Não conheces todos os alunos da universidade (digo eu) e mesmo que conhecesses, vais por as mãos no fogo por todos os que afimaram que não fizeram queixa quando na realidade o podem ter feito? Não me parece...

Existem diversas razões para alguém se queixar e não querer dar a cara. Razões mais que óbvias.

Concordo com a praxa mas uma praxe integrante e não ordinária e humilhante. (Também me vais dizer que não as há? Ou que as há mas os caloiros gostam e recebem-na de sorriso na cara e com vontade de repetir?)

E não te preocupes com o testemanto. Estás à vontade para fazer outro.

Ana 14 de novembro de 2008 às 20:53  

Bem, na universidade do algarve acabaram por instituir um gabinete de queixas para a praxe. E já houve queixas do género, a veterana desligou-me o telefone na cara (na verdade a veterana ficou sem bateria no telemovel)!

Sou anti-praxe. Odiei a praxe. Só faz quem quer???? essa é muito boa... é regra implicita das praxes que quem não se deixa praxar é totalmente ostracizado no meio académico.
Nunca percebi lá muito bem como é que rastejar no esterco e meter esterco na cabeça faz com que os novos alunos se integrem, mas enfim. Nem como é que os berros histéricos e os não olhes pra mim caloiro o vão fazer sentir-se à vontade...

Anónimo 10 de janeiro de 2009 às 22:35  

eu sei k este post ja foi ha muito ms po acaso entrei aqui e nao pude deixar d reparar nele.
eu sou a favor da praxe sem abusos e cada vez mais a praxe não trata de abusos!!!sou aluna da UTAD (Vila real) fui praxada e muito bem praxada, passei pela praxe da bosta pois é tradição do meu curso e digo te a ti na primeira pessoa que adorei e este ano como praxadora vou repetir!!! o que voces nao percebem é que aquilo vai muito alem duma praxe, é acima de tudo uma brincadeira!como eu disse eu como praxadora também vou para la, borrar me como os caloiros.estou me a praxar a mim propria??nao!!estou a participar numa brincadeira. podem chamar nos anormais mas no meu curso (veterinaria) tenh mt orgulho em nao ser esquisita com o ambiente que de futuro se deus quiser me rodeará e nao, nao tenho vergonha nenhuma!!!
queixas??claro que ha!!!nem todos os que entram pa vet querem ser veterinarios, tem nojo!mas ninguem obriga ninguem a ir é a ultima praxe e so vai quem quer.
ate agora, os meus caloiros desde o inicio do ano que nao falam noutra coisa porque ouviram contar. infelizmente devido a pensamentos como o teu nao sei se se podera realizar plo menos, oficialmente!!
fica bem
open mind please
eu respeito quem é anti praxe respeitem tambem por favor

Anónimo 14 de dezembro de 2009 às 01:22  

Embora só passe aqui agora, como vi uma diferença de 2 meses entre o penúltimo e o último comentário, acho que o meu não fica de todo deslocado...

Uma coisa é estarem expostos a situações mais que desagradáveis derivadas da profissão - veterinária neste exemplo - que possam ocorrer.

Outra é sujeitarem-se deliberadamente a meterem a cabeça em merda, e ainda virem dizer que gostam disso?

Ou não têm juízo (quanto à falta de higiene e possíveis doenças a contrair) ou há um erro crasso no que toca à educação que receberam em casa.

É rídiculo o extremo a que os defensores da praxe chegam para alegarem a validade das suas acções, especialmente na Universidade de Évora onde elas costumam ser das piores e de onde costuma haver mais queixas...

Mas se gostam tanto de se banhar na merda... façam-no no primeiro, no segundo... ora, já agora porque não além do curso e torná-lo um ritual de convívio anual uma bela banhoca na merda dos animais.

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