Parece que é tradição na Universidade de Évora os veteranos mandarem os caloiros rastejar em esterco.
Foram feitas queixas por parte de caloiros e funcionários da Universidade. Na sequência destas queixas o reitor da respectiva Universidade instaurou um inquérito aos autores desta praxe e posteriormente emitiu um despacho em que proibia qualquer acto relacionado com a praxe.
Logo de seguida, vem-me esta mente brilhante que é o Presidente da Associação de Estudantes da Universidade de Évora, António Gaudino, mandar para a imprensa, umas pérolas que são uma maravilha:
“Hábito antigo e que nunca suscitou qualquer queixa por parte dos caloiros, bem pelo contrário”. Muito pelo contrário, diz ele. Para ter vindo com este comentário, suponho que depois até lhe foram agradecer e dizer que foi o ponto alto da vida deles. É isso, senhor presidente?
Quanto ao facto do reitor ter proibido acções relacionadas com a praxe, ele riposta:
“Sabemos disso mas vamos continuar a fazê-las, nem que seja fora do recinto da Universidade. Esta é uma manifestação cultural que deve ser respeitada. Admito que há abusos casuais mas esse não têm lugar no nosso conceito de praxe, sou contra os excessos, e uma praxe bem feita, respeita as pessoas, integra, é esse o objectivo”. Não é excesso? Uma praxe bem feita? Respeita as pessoas? Integra? Onde? No seio familiar da vida animal?
António Gaudino não deixa também de referir que “nem é esta” uma das tradições académicas relacionada com as praxes de que mais gosta. Não é senhor presidente? Porquê? Não vejo razão para tal, a sério que não...
E remata:
“Pessoalmente não a considero mais correcta, mas todos os estudantes daquele curso gostam de passar pelo esterco e alguns até no segundo ano pedem para passar por aquilo outra vez! Nunca houveram queixas e já é uma tradição”. Acredito, sim senhor! Eu estou até a imaginar uma dessas conversas: “senhor presidente, senhor presidente!!! Eu este ano que voltar a atira-me na merda e rebolar, e sujar-me, e, essencialmente, integrar-me que um ano não deu para nada. Voltar a ter olhares de gozo, as pessoas a rir, a afastarem-se, aquele cheirinho tão bom que durante um ano inteiro não pude voltar a ter e me fez tanta falta. Eu quero!!! Posso? Posso, senhor presidente?” ou então a versão mais macho: “Foda-se oh António, eu adorei aquela merda (no sentido literal da palavra) do ano passado. Posso voltar a repetir este ano, pá?”
O senhor é daqueles “estudantes” que está a criar raízes nas instalações dessa Universidade, não é… senhor presidente?
Haja paciência!!!
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